Programa de educação patrimonial forma mais de 120 alunos no Palacete TiraChapéu, em Salvador - Elysium Sociedade Cultural

Mais de 120 pessoas participaram, entre 22 de abril e 5 de junho, do Programa de Responsabilidade Socioambiental e Educação Patrimonial promovido no Palacete Tira Chapéu, no centro histórico de Salvador. A ação integrou a contrapartida social do projeto de restauro do edifício, conduzido pela Elysium Sociedade Cultural, com apoio de patrocinadores por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

Voltado à formação em preservação de patrimônio histórico, o curso foi gratuito e estruturado em três módulos: Preservação e Restauro de Edifícios Históricos, Análise e Avaliação do Patrimônio Edificado e Gestão do Patrimônio Cultural, totalizando 120 horas de atividades teóricas e práticas. As aulas foram ministradas por especialistas e ocorreram dentro do próprio prédio restaurado, o que tornou a experiência ainda mais significativa para os participantes.

Participaram do programa gestores culturais, profissionais das áreas de arquitetura e engenharia e interessados em técnicas tradicionais de conservação. A cerimônia de encerramento e entrega dos certificados foi realizada nesta quinta-feira, 5 de junho, com a presença da coordenadora do curso e arquiteta da Elysium, Jessica Marques, do sócio-diretor do Palacete Tira-Chapéu, Paulo Marques, e de outros professores do curso. 

Formação técnica e vivência no patrimônio

Especialista em restauro, Jessica Marques destacou a diversidade do público e o desafio de desenvolver uma metodologia acessível a diferentes perfis de formação. Ela também enfatizou o valor simbólico de realizar as aulas em um edifício histórico recém-restaurado. “A convivência com o próprio objeto de estudo foi, sem dúvida, o ponto alto do curso. O Palacete Tira Chapéu, que já esteve em ruínas, hoje recebe estudantes, pesquisadores e visitantes. Isso mostra como a revitalização de um bem histórico pode gerar transformação social e promover o conhecimento”, afirmou.

Entre os conteúdos abordados, os alunos participaram de atividades práticas e visitas técnicas, como a inspeção de estruturas em madeira, oficinas de mapeamento de danos e estudos de caso em projetos premiados de reuso arquitetônico. 

O curso reuniu nomes de referência na área do patrimônio. A própria Jessica Marques conduziu as aulas de Educação Patrimonial, abordando conceitos, legislação e políticas públicas de preservação. O arquiteto Pedro Alban falou sobre práticas de reuso e apresentou o projeto Casarão 28, premiado pela reutilização de materiais de demolição. 

Outras disciplinas incluíram Mapeamento de Danos, com a arquiteta Isabela Ituassu; História da Arte, com Késia Almeida; e Zeladoria e Obra, com foco em conservação preventiva. Destaque também para a aula sobre Restauro em Madeira, conduzida pelo marceneiro Uildson Sodré, profissional com mais de 20 anos de experiência e responsável pelas intervenções no próprio palacete.

Para a estudante de arquitetura Luana Pita, o curso representou um marco em sua trajetória acadêmica. “Me senti muito acolhida e motivada. Estava um pouco perdida, sem contato com outras áreas além de interiores, e o curso me despertou para o campo do restauro. Tudo era bem organizado, e os conteúdos se encaixavam como uma linha do tempo”, disse.

Como desdobramento do programa, alguns alunos formados poderão  integrar a equipe de manutenção predial do Palacete Tira Chapéu, criando oportunidades reais de inserção profissional e continuidade da preservação. 

Sobre o projeto

O restauro do Palacete Tira Chapéu é uma iniciativa da Elysium Sociedade Cultural, com patrocínio das empresas Elo, Coca-Cola, PicPay, Eletrobrás, BahiaGás, Paper Excellence, Vinícola Uvva e Sost Distribuidora, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O Programa teve apoio do projeto de extensão Oficinas de Restauração, do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Federal de Goiás (UFG), e reforça o compromisso da Elysium com a promoção de educação, cultura e responsabilidade socioambiental.

Postagens Recomendadas