Em dezembro, a Elysium Sociedade Cultural comemora 35 anos de atuação como guardiã da história, da arte e da cultura brasileira. Fundada em 1989 com foco inicial na música, a instituição ampliou seu escopo para literatura, dança, artes plásticas e, especialmente, o restauro de patrimônios históricos. Com um portfólio robusto de projetos, a Elysium se firma como referência na preservação do legado cultural do Brasil.
A trajetória da Elysium merece ser contada por meio de marcos importantes que são determinantes para sua história. O principal deles aconteceu em 2011, quando a instituição redirecionou seu foco para o patrimônio material, compreendendo a relevância de preservar edifícios históricos como alicerces tangíveis da cultura. Entre os projetos destacados está o restauro do Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, que, segundo o diretor técnico Wolney Unes, “simbolizou uma mudança de paradigma ao inserir a arquitetura como base da identidade cultural”.
Essa mudança levou a Elysium a assumir uma série de iniciativas transformadoras em todo o Brasil. Entre as principais estão:
- Jockey Club de São Paulo (SP): Desde 2019, a Elysium está à frente do restauro desse ícone paulistano. Entre as intervenções estão o Pórtico e Passadiço das Arquibancadas, os Salões Sociais e os Bens Integrados, incluindo móveis e obras de arte de Victor Brecheret e Bernard Dunand.
- Palacete Tira-Chapéu (Salvador, BA): O restauro desse patrimônio histórico, que teve início em 2019, envolve adaptações para torná-lo um centro gastronômico e ações de inclusão social. Este ano, a Elysium concluiu e entregou a primeira fase desse projeto. “Transformamos o prédio em um espaço vivo, conciliando modernidade e história”, diz Unes.
- Pórtico do Instituto Federal de Goiás (Goiânia, GO): Em 2020, a Elysium recuperou esse marco Art Déco, trazendo nova vida a um dos símbolos da capital goiana.
- Casa Altamiro de Moura Pacheco (Goiânia, GO): Restaurado em 2020, o imóvel resgata a memória de Altamiro, figura chave no desenvolvimento cultural e educacional de Goiás.
- Parque Cultural Florata (Santo Antônio de Goiás, GO): Desde 2018, a Elysium atua na gestão do parque que é um exemplo de sustentabilidade, unindo preservação ambiental e manifestações culturais.
Música, literatura e dança: um legado artístico
A Elysium também desempenha um papel central na valorização da produção artística brasileira. Como gestora da Orquestra Filarmônica de Goiás, promoveu o acesso à música clássica em todo o estado. Projetos como o Festival Música na Serra Dourada e o CD Encontro Douliez e Mendonça Teles ampliaram ainda mais esse alcance.
Na literatura, a instituição é responsável por publicações como Prolegômenos aos Estudos Homológicos entre Literatura e Artes Plásticas, O Bosque e a Cidade e Memórias Entrevistas – O Livro das 111 Entrevistas. Na dança, o espetáculo Retalhos de Mim… Tecidos de Nós trouxe ao palco memórias e tradições do Brasil Central.
Impacto social
Além do restauro e da arte, a Elysium atua na transformação social. Projetos apoiados pela Lei de Incentivo à Cultura incluem visitas guiadas, seminários, rodadas de palestras e oficinas educativas. “Queremos que nossos projetos conectem a população ao patrimônio de maneira significativa”, afirma Unes.
Para o diretor, conservar o patrimônio histórico e cultural é um trabalho complexo que exige equilíbrio entre preservação e modernização, e com projetos que vão do restauro de patrimônios à promoção da arte e da música, a Elysium Sociedade Cultural consolida-se como uma instituição que zela pela cultura brasileira. “Mais do que preservar prédios ou promover eventos, a Elysium preserva histórias, conecta comunidades e constrói um futuro onde a cultura é parte fundamental do desenvolvimento social”, conclui Unes.
