Maysa Moreira Antunes*
Segundo Czajkowski (2000), expressão “Art Déco”, como é conhecida atualmente, surgiu do termo “Art Décoratif”, termo oriundo da “Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels Modernes”, exposição de manifestações artísticas que aconteceu em Paris em 1925. Embora há registro de manifestações do estilo antes de 1925, o Art Déco se divide em quatro períodos: até 1925 (formação e primeiras manifestações), 1925 a 1930 (lançamento ao público e expansão mundial), 1930 a 1940 (consolidação e apogeu) e 1940 a 1950 (manifestações tardias).
Porém, este nome foi utilizado pela a primeira vez em 1966 em um evento retrospectivo dos anos 25 “Es Années 25: Art Déco/Bauhaus/Stijl/Espirit Nouveau”, que relembrava diversos estilos da época entre guerras, inclusive essa exposição que ocorreu há quarenta anos (UNES, 2008).
Em relação à arquitetura, nas décadas de 1930 a 1950 esse estilo dispersou-se pelos os países americanos e europeus, sua tendência baseia-se nos estilos franceses e em outros movimentos artísticos do século XX como: cubismo, futurismo, fauvismo, ícones feitos pelos os maias e cores dos balés russos.
Conforme Coelho (2019), estilo arquitetônico Art Déco transmite uma impressão racionalista e monumental, atraindo os governantes totalitários da época, o que pode ser um possível motivo da propagação desse estilo nos países da América e da Europa. No Brasil, a consolidação desse estilo ocorreu no governo de Getúlio Vargas como representação do lema “Progresso e Modernidade”, foi implantado em edificações de diversas tipologias, principalmente nos prédios públicos.
E quais as características desse estilo? O estilo arquitetônico Art Déco possui volumes geométricos, simétricos, com relevos, frisos e escalonamentos, portas de entrada, volumes, colunas ou pilares bem demarcados e demais características exemplificadas na tabela abaixo.
Tabela – Características da arquitetura Art Déco. As fotos 2 e 10 são do Teatro Goiânia, a 9 é do Palácio das Esmeraldas
e as demais do Museu Zoroastro Artiaga, todos situados em Goiânia-GO.
Referências:
COELHO, Gustavo Neiva. A estética do poder e da modernidade: Arquitetura Art Déco em Goiânia. Goiânia: Editora Trilhas Urbanas, 2019. 172 p.
CZAJKOWSKI, Jorge (Org). Guia da arquitetura Art Déco no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2000. 164 p.
UNES, Wolney. Identidade Art Déco de Goiânia. Goiânia: Instituto Casa Brasil de Cultura, 2008. 198 p.
*Mestranda do Programa de Mestrado Profissional em Estudos Culturais, Memória e Patrimônio (PROMEP, Câmpus Cora Coralina) – Universidade Estadual de Goiás (UEG). Orientador: Dr. Wilton de Araújo Medeiros.
